Arrasta Chinela: música e memória nas ruas de Araci
- Agência Eco
- 29 de mai.
- 2 min de leitura

Quando o som do pífano ecoa pelas ruas de Araci, junto ao batuque dos tambores e à alegria dos brincantes, não se trata apenas de festa. É história viva em movimento. O Arrasta Chinela, bloco cultural surgido em 2011, é muito mais do que uma manifestação festiva — é um ato de resistência, memória e pertencimento.
🎺 De onde veio o Arrasta Chinela?
Criado por jovens músicos e militantes da cultura local, o bloco nasceu como uma resposta ao apagamento da cultura popular tradicional nas festas juninas da cidade. Com forte influência da zabumba, do pífano e das expressões nordestinas, o Arrasta Chinela recupera o papel das ruas como palco da cultura do povo.
O nome — Arrasta Chinela — já carrega o espírito da brincadeira, do movimento, da dança, da poeira levantada ao som do forró pé de serra. Mas também traz a memória das caminhadas e dos cortejos de outrora, quando as celebrações não se davam em palcos, mas no chão batido das ruas.
🧶 O que representa o bloco?
A afirmação da cultura nordestina, sertaneja e afro-brasileira como matriz de identidade;
A valorização dos instrumentos populares e da musicalidade de tradição oral;
A ocupação do espaço público com arte e resistência;
A formação de um território simbólico de memória, onde se entrelaçam o passado e o presente.
📸 Memórias em movimento
A cada edição, o bloco incorpora elementos de temáticas históricas e sociais: o cangaço, a seca, os festejos religiosos, a luta dos trabalhadores rurais. Em vez de apenas entreter, provoca reflexão e emociona. É a cultura como ferramenta de crítica e renovação.
🎤 Um trecho do artigo diz:
“O Arrasta Chinela tornou-se um lugar onde as memórias coletivas da cidade se cruzam com os anseios por reconhecimento e visibilidade cultural.”
✊🏽 Mais do que folia
O estudo mostra como o bloco também é um espaço de formação: jovens aprendem sobre sua própria história, constroem um sentimento de pertencimento e descobrem o poder de transformação da arte. É o que se pode chamar de educação do sensível — aquela que parte da emoção para formar consciência.
📝 Fonte:PINHEIRO, Juarez de Oliveira. Arrasta Chinela: Cultura, Memória e Resistência em Araci. Trabalho apresentado no Seminário de Cultura Popular, UNEB, 2015.
📸 Créditos das Imagens: Fotografias do bloco em cortejo pelas ruas de Araci, instrumentos tradicionais e registros das apresentações de rua.






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