Histórias que brotam da terra: memórias do campo e identidade campesina
- Agência Eco
- 29 de mai.
- 2 min de leitura
Quem vive no campo sabe: a terra guarda mais do que plantações. Guarda histórias, afetos, lutas e lições de vida. É justamente isso que revela o projeto de educação patrimonial desenvolvido por professores e alunos do IF Baiano de Serrinha — uma iniciativa que ouviu moradores de comunidades rurais para registrar suas memórias e valorizar suas identidades.
A proposta partiu da seguinte pergunta: o que as histórias dos mais velhos podem ensinar aos jovens de hoje? A resposta veio em forma de relatos sobre o modo de vida no campo, as festas religiosas, a importância do sisal, os quintais produtivos e até as transformações causadas pelo êxodo rural e pelo avanço do “progresso”.
Em visitas a comunidades como Bela Vista, Campinhos e Malhada da Areia, os estudantes realizaram entrevistas com idosos e moradores antigos. Descobriram que o passado da zona rural está vivo na lembrança de quem viveu sem energia elétrica, usava carro de boi, fiava o sisal com as próprias mãos e fazia da partilha a base da convivência.
“A gente plantava de tudo. Tinha milho, feijão, abóbora. Tudo sem veneno. O que tinha, a gente dividia.” — Dona Maria, moradora de Bela Vista
A pesquisa revelou que as identidades campesinas não se resumem ao trabalho agrícola. Elas envolvem valores como solidariedade, fé, criatividade e resistência, além de um profundo conhecimento da natureza e das estações.
Mais do que resgatar o passado, o projeto ajudou a construir um olhar crítico e afetivo sobre o presente. Os jovens envolvidos passaram a valorizar suas origens e repensar a relação com o campo e a cidade.
💡 O que aprendemos com este projeto:
As memórias da zona rural são fontes de saber e cultura.
A oralidade é um patrimônio imaterial precioso.
Educação patrimonial pode (e deve) partir da escuta e do afeto.
Conhecer o passado é essencial para construir pertencimento e autoestima coletiva.
🌱 A história do lugar não está nos livros apenas — ela vive nos quintais, nas vozes dos mais velhos, nas casas de taipa e nas plantações que ainda resistem. Cabe a nós ouvir, registrar e respeitar.
📝 Fonte:IF Baiano – Campus Serrinha. A história do meu lugar: as memórias e suas contribuições para o enriquecimento das identidades campesinas. Projeto de Educação Patrimonial, 2021.
📸 Créditos das Imagens: Equipe do projeto IF Baiano Serrinha, comunidades de Bela Vista, Campinhos e Malhada da Areia.







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