O Território do Sisal: desenvolvimento que brota da coletividade
- Agência Eco
- 29 de mai.
- 2 min de leitura
O sertão baiano é um território marcado por desafios e resistências. Mas também por experiências inovadoras de desenvolvimento que nasce da própria comunidade. Um dos maiores exemplos disso é o Território do Sisal, que se tornou referência nacional por sua forma participativa, solidária e autônoma de construir políticas públicas.
A experiência começou a se consolidar no início dos anos 2000, quando prefeituras, sindicatos, movimentos sociais, universidades e cooperativas decidiram trabalhar juntos, articulando ações para melhorar a vida no semiárido. Ao invés de esperar que soluções viessem “de cima”, esses atores passaram a construir projetos coletivos, sustentáveis e voltados para a realidade local.
Nesse processo, surgiu o conceito de Desenvolvimento Territorial Sustentável, que valoriza:
A economia solidária e a agricultura familiar;
O conhecimento tradicional e a educação contextualizada;
O protagonismo das mulheres, dos jovens e das comunidades quilombolas;
A gestão compartilhada entre Estado e sociedade.
Uma das inovações mais fortes foi a criação do Consórcio Público do Território do Sisal (CONSISAL), que uniu os municípios da região em torno de metas comuns. Esse consórcio possibilitou, por exemplo:
A chegada da energia elétrica a povoados isolados;
O fortalecimento da cadeia produtiva do sisal com novas tecnologias;
A implantação de escolas do campo e centros de formação cidadã;
O estímulo à economia baseada em cooperativas, como a COOPES.
“O que diferencia o território do Sisal é a crença de que o sertão tem saída — e que essa saída está no coletivo.” — Trecho do documento
Essa trajetória mostra que o desenvolvimento pode (e deve) ser pensado a partir das potencialidades locais. Em vez de impor modelos prontos, o Território do Sisal apostou na escuta, na autonomia e na valorização do que já existe.
🧭 Lições que essa experiência nos deixa:
A força do sertão está no povo que o constrói todos os dias;
Governar junto é mais eficaz do que governar para;
O futuro do semiárido passa pela educação, pela terra e pela cultura;
O território é mais do que um espaço geográfico: é um lugar de identidade, luta e esperança.
📝 Fonte:Grupo de Pesquisa Desenvolvimento Territorial e Políticas Públicas – DETER / UFRB. Desenvolvimento Territorial: a experiência do Território do Sisal na Bahia. Editora da UFRB, 2022.Organização: Gerson Teixeira, Leonardo Andrade, Dinalva Damasceno, et al.
📸 Créditos das Imagens: Acervo DETER-UFRB, cooperativas locais, redes sociais do CONSISAL







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