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O Território do Sisal: desenvolvimento que brota da coletividade

O sertão baiano é um território marcado por desafios e resistências. Mas também por experiências inovadoras de desenvolvimento que nasce da própria comunidade. Um dos maiores exemplos disso é o Território do Sisal, que se tornou referência nacional por sua forma participativa, solidária e autônoma de construir políticas públicas.

A experiência começou a se consolidar no início dos anos 2000, quando prefeituras, sindicatos, movimentos sociais, universidades e cooperativas decidiram trabalhar juntos, articulando ações para melhorar a vida no semiárido. Ao invés de esperar que soluções viessem “de cima”, esses atores passaram a construir projetos coletivos, sustentáveis e voltados para a realidade local.

Nesse processo, surgiu o conceito de Desenvolvimento Territorial Sustentável, que valoriza:

  • A economia solidária e a agricultura familiar;

  • O conhecimento tradicional e a educação contextualizada;

  • O protagonismo das mulheres, dos jovens e das comunidades quilombolas;

  • A gestão compartilhada entre Estado e sociedade.

Uma das inovações mais fortes foi a criação do Consórcio Público do Território do Sisal (CONSISAL), que uniu os municípios da região em torno de metas comuns. Esse consórcio possibilitou, por exemplo:

  • A chegada da energia elétrica a povoados isolados;

  • O fortalecimento da cadeia produtiva do sisal com novas tecnologias;

  • A implantação de escolas do campo e centros de formação cidadã;

  • O estímulo à economia baseada em cooperativas, como a COOPES.

“O que diferencia o território do Sisal é a crença de que o sertão tem saída — e que essa saída está no coletivo.” — Trecho do documento

Essa trajetória mostra que o desenvolvimento pode (e deve) ser pensado a partir das potencialidades locais. Em vez de impor modelos prontos, o Território do Sisal apostou na escuta, na autonomia e na valorização do que já existe.

🧭 Lições que essa experiência nos deixa:

  • A força do sertão está no povo que o constrói todos os dias;

  • Governar junto é mais eficaz do que governar para;

  • O futuro do semiárido passa pela educação, pela terra e pela cultura;

  • O território é mais do que um espaço geográfico: é um lugar de identidade, luta e esperança.

📝 Fonte:Grupo de Pesquisa Desenvolvimento Territorial e Políticas Públicas – DETER / UFRB. Desenvolvimento Territorial: a experiência do Território do Sisal na Bahia. Editora da UFRB, 2022.Organização: Gerson Teixeira, Leonardo Andrade, Dinalva Damasceno, et al.

📸 Créditos das Imagens: Acervo DETER-UFRB, cooperativas locais, redes sociais do CONSISAL


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