Quando a fé desmorona: a polêmica demolição da Igreja Matriz de Araci
- Agência Eco
- 29 de mai.
- 2 min de leitura
Em muitas cidades do interior, as igrejas não são apenas templos religiosos — são símbolos da identidade urbana, da fé coletiva e da própria memória histórica. Por isso, quando a Igreja Matriz de Araci foi demolida nos anos 1990, o que caiu não foram apenas paredes e telhados, mas afetos, lembranças e pertencimentos.
A monografia de Alex Lima reconstrói essa história marcada por tensões políticas, decisões apressadas e uma comunidade que, em boa parte, só se deu conta do valor do que tinha depois que perdeu.
🛠️ O que aconteceu?
A antiga Igreja Matriz de Araci, erguida no século XIX, apresentava problemas estruturais.
A Diocese de Serrinha, alegando risco de desabamento e custos altos de restauração, optou pela demolição.
Parte da comunidade e setores ligados ao patrimônio histórico protestaram — mas a decisão já estava tomada.
“O povo aceitou porque acreditava que teria algo mais bonito no lugar. Mas com o tempo, percebeu que perdeu algo que não se reconstrói: a memória.” — Alex Lima
📷 O estudo traz depoimentos de fiéis, registros fotográficos e relatos de jornais da época que revelam:
Um sentimento de impotência diante das decisões da Igreja institucional;
A ausência de consultas populares ou alternativas de restauração;
A relação entre poder religioso, político e simbólico sobre o espaço urbano.
⚠️ A frase “muitas cabeças e pouco juízo”, que dá título à pesquisa, foi dita por um morador revoltado com o fim abrupto da igreja que acompanhou gerações de batismos, casamentos, missas e procissões.
📚 Por que essa história importa?
Mostra como a destruição de um bem cultural não é apenas física, mas simbólica;
Reforça a necessidade de debate público sobre o patrimônio e a memória urbana;
Serve como alerta para outras cidades do sertão que enfrentam o apagamento de seus marcos históricos.
📝 Fonte:LIMA, Alex. “Muitas cabeças e pouco juízo”: a demolição da Igreja Matriz de Araci. Monografia de Conclusão de Curso – UNEB, 2010.
📸 Créditos das Imagens: Arquivo pessoal do autor, fotos de moradores, registros da antiga igreja e do canteiro de obras







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