Rastros apagados, memórias vivas: a presença dos escravizados em Serrinha
- Agência Eco
- 29 de mai.
- 2 min de leitura
Em Serrinha, como em tantas cidades do interior baiano, a história dos povos escravizados ficou nas entrelinhas do tempo. Seus nomes não estão nos monumentos. Seus rostos, raramente em fotos. Mas seus passos, dores e contribuições seguem vivos nos becos, nas igrejas, nas festas e nos sobrenomes.
Este estudo, baseado em fontes orais e registros históricos, busca justamente reconstituir a presença negra na formação da cidade, revelando um passado silenciado — mas essencial.
A pesquisa parte de locais específicos: o antigo cemitério de escravos no bairro da Rodagem, a Igreja de Sant’Ana (que separava os bancos dos “pretos” e dos “brancos”), e relatos de moradores mais antigos que lembram histórias passadas por avós e bisavós.
“Diziam que aqui por trás da igreja era onde enterravam os negros. A gente não podia brincar ali quando era criança.” — Relato de morador do centro histórico
Também foi identificada a permanência de sobrenomes herdados de senhores de escravos, como forma de marcação e submissão, ainda presente nas famílias negras locais.
Mas, apesar do apagamento, os sinais de resistência cultural se mantêm:
A presença de terreiros de candomblé e práticas de matriz africana;
A musicalidade herdada, presente em festas e grupos tradicionais;
O modo de rezar, cantar e celebrar, que traz traços da herança afro-brasileira.
A autora do estudo propõe uma reflexão: como lembrar dos escravizados não apenas como vítimas, mas como sujeitos históricos, com cultura, luta e saberes próprios?
📍 Lugares de memória identificados:
Antiga área de sepultamento (bairro da Rodagem);
Igreja matriz com registros de batismos de escravizados;
Ruas e famílias com origem em quilombolas não reconhecidos oficialmente.
⚠️ O texto aponta ainda a urgência de reconhecimento oficial desses lugares e histórias, para que o passado não seja apagado — mas lembrado, respeitado e debatido.
📝 Fonte:Pesquisador anônimo. Os escravizados em Serrinha: rastros, lugares e memória. Documento educativo e comunitário, sem autoria individual explicitada.
📸 Créditos das Imagens: Arquivo da comunidade de Serrinha, acervo oral familiar, fotos históricas da Igreja de Sant’Ana







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