Serrinha e as marcas da memória: patrimônio e identidade no sertão baiano
- Agência Eco
- 29 de mai.
- 2 min de leitura
Toda cidade tem histórias guardadas em suas ruas, paredes, coretos e igrejas. Mas nem todas conseguem transformar essa herança em memória viva. Em Serrinha, interior da Bahia, o patrimônio histórico e a identidade cultural ainda lutam por espaço diante do avanço da modernização e da negligência pública.
É isso que o professor Onildo Oliveira discute em seu estudo: como o patrimônio urbano de Serrinha, construído a partir de narrativas populares e edifícios centenários, vem sendo ignorado, apagado ou até destruído — muitas vezes em nome do “progresso”.
Ao andar pelo centro antigo da cidade, é possível notar que poucos espaços históricos foram preservados. A antiga estação ferroviária, as casas de taipa, a Praça Luiz Nogueira e sua arquitetura singular são exemplos de uma memória urbana que está desbotando com o tempo.
“A cidade é como um palimpsesto: sobre um passado sempre há uma nova escrita. Mas o que acontece quando essa nova escrita apaga por completo a anterior?” — Onildo Santos
O autor reforça que a memória coletiva é essencial para a construção da identidade social. Ao perdermos nossos marcos históricos, perdemos também um pedaço de quem somos — enquanto povo, enquanto comunidade.
Além disso, ele aponta que:
As transformações urbanas em Serrinha ocorreram sem planejamento ou cuidado com a preservação.
O patrimônio imaterial (como festas, práticas religiosas e modos de falar) é tão importante quanto o material.
A juventude precisa ser inserida nesse debate, para que haja continuidade na valorização do passado.
🧱 Por que isso importa?
A preservação patrimonial fortalece a autoestima de um povo.
Cidades que cuidam de sua memória criam ambientes mais humanos e educativos.
A cultura local pode ser um motor de desenvolvimento sustentável — inclusive turístico.
👁️🗨️ O desafio, segundo Onildo, é trazer o passado para o presente de forma crítica, viva e pedagógica, e não como peça de museu. A cidade deve ser vista como um arquivo a céu aberto — onde cada canto pode contar uma história.
📝 Fonte:SANTOS, Onildo Oliveira dos. Identidade cultural e Patrimônio Histórico no Sertão Baiano: reflexões sobre a cidade de Serrinha-BA. Artigo apresentado no VI Encontro de Pesquisadores da UNEB, 2017.
📸 Créditos das Imagens: Arquivo UNEB, acervo pessoal do autor, imagens do centro histórico de Serrinha







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