Tempos de silêncio: a ditadura militar em Serrinha
- Agência Eco
- 29 de mai.
- 2 min de leitura
Quando pensamos na ditadura militar no Brasil (1964–1985), é comum associarmos esse período a grandes centros urbanos, perseguições políticas em Brasília, Rio ou São Paulo. Mas a repressão e o medo também chegaram às cidades pequenas do sertão baiano — inclusive Serrinha.
É isso que mostra o estudo de Luckma Santos: como o regime autoritário afetou a vida cotidiana, política e cultural em Serrinha, deixando marcas profundas mesmo sem a presença direta de tanques ou tropas armadas nas ruas.
A repressão se manifestava de outras formas:🛑 A censura à imprensa local;🛑 A perseguição a professores e estudantes com ideias críticas;🛑 A vigilância sobre militantes da igreja, sindicatos e partidos de oposição.
“Em vez de tanques, havia o silêncio. Em vez de prisões, o medo de falar. Isso também é ditadura.” — trecho do estudo
A autora entrevistou moradores que viveram aquele período, revelando que o medo era generalizado. Muitos se autocensuravam. Algumas reuniões de associações foram desmobilizadas. Peças teatrais e músicas populares consideradas “subversivas” eram evitadas nas escolas.
Ainda assim, houve resistência:
Professores continuaram a ensinar sobre direitos e cidadania, mesmo com cuidado.
Grupos religiosos ligados à Teologia da Libertação criaram espaços de debate.
Estudantes começaram a se organizar politicamente nos anos 1980, já no final do regime.
📚 A importância desse estudo está em mostrar que o autoritarismo também age nos bastidores da vida comum, e que a democracia se defende no cotidiano — com coragem, memória e educação.
📝 Fonte:SANTOS, Luckma. A Ditadura Militar em Serrinha. Artigo apresentado em seminários de história da UNEB – Campus XI, 2022.
📸 Créditos das Imagens: Arquivo UNEB, jornais locais da época, entrevistas da autora com moradores







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