Um passeio pela memória de Serrinha: pedras, praças e histórias
- Agência Eco
- 27 de mai.
- 2 min de leitura
Imagine-se caminhando por Serrinha, partindo da Praça Luís Nogueira. O que parece uma praça comum é, na verdade, um verdadeiro sítio de memórias vivas. As pedras do calçamento, os casarões em ruínas, o coreto silencioso... tudo ali guarda marcas de um passado que resiste ao tempo.
É ali que encontramos a Igreja Matriz de Nossa Senhora Sant’Ana, com seu frontispício marcado pelo ano de 1780 — testemunha da ocupação colonial e um dos principais símbolos da fundação da cidade. Ao redor, antigos prédios comerciais e o imponente Paço Municipal, hoje em ruínas, compõem um cenário onde o antigo e o moderno se misturam.
O coreto da praça, datado de 1927, é uma relíquia poética da cidade: já iluminado por gás acetileno, foi palco de apresentações da Filarmônica 30 de Junho e encontros cívicos, mas hoje carece de proteção oficial, sendo mantido apenas por ações pontuais de manutenção.
Avançando pela cidade, encontramos a antiga Estação Ferroviária, erguida na década de 1940, sobre a primeira versão da estação construída no fim do século XIX. Foi através dos trilhos que Serrinha se conectou ao mundo: a chegada do trem trouxe progresso, cultura e modernidade. Hoje, o prédio resiste como testemunho silencioso de um tempo em que a cidade pulsava ao som dos apitos da Leste Brasileira.
Esses lugares — praças, igrejas, escolas e bairros — são lugares de memória, como definiu o historiador Pierre Nora: espaços onde a identidade coletiva se cristaliza e se transforma. Conhecer a história de Serrinha é um ato de resistência e valorização da cultura do nosso sertão.
“As pedras da cidade, enquanto permanecem, sustentam a memória.” — Ecléa Bosi
📝 Fontes:PAIXÃO, Carlos Nássaro & NOGUEIRA, Sarah Catarina. Serrinha e seu Patrimônio Arquitetônico em Perspectiva Histórica. IF Baiano, 2024.CÂMPELO, Anadeje. Sociabilidade e Desenho Urbano na Praça Luís Nogueira, 2020.FRANCO, Tasso. A História dos Bairros de Serrinha, 2023.
📸 Créditos das Imagens: Museu Pró Memória de Serrinha, Anadeje Câmpelo, IF Baiano
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